16 de novembro 2014

Apresentação do Livro NA ROTA DOS JUDEUS NO PORTO, de César Santos Silva, em 16 de novembro 2014, às 15h30, na sede da AMAI

cesar apresentacao      Livro Judeus

Já depois, partilhamos as fotografias deste dia e deixamos disponível a Apresentação do autor, feita  por Filipe Basto, presidente da AMAI, descrevendo César Santos Silva e o seu Livroa nossa cidade do Porto e o espírito, que todos (o autor, o Porto e a AMAI) comungam.
Apresentação do Livro Na Rota dos Judeus no Porto, de César Santos Silva, por Filipe Basto, Presidente da AMAI, em 16 de novembro 2014, na sede da AMAI.

Didático, rigoroso, prazenteiro

Inteligente pelo momento oportuno em que é editado, pela importância do tema no carácter da cidade do Porto (o Porto é considerada a cidade portuguesa com o temperamento mais «centro-europeu» e onde se encontram as raízes judaicas mais antigas e consistentes dos portugueses. Esta herança «marrana», alimenta o velho adágio centro-europeu, ainda que de ética protestante, que recupera o espírito de 'nação' judaico e que gerou o livre jogo do capitalismo e da economia de mercado. Foi por isso que o Porto tem vindo a ser considerado como tendo através da maior parte da sua história  "O ar da cidade liberta".

Humilde na forma com que é escrito, este livro recolhe de forma sistemática e disciplinada, informações nas escassas fontes disponíveis e cruza-as com os testemunhos e a história vivida da própria comunidade israelita do Porto. Faz-nos assim a história das viagens dos Judeus na Península Ibérica documentando desde o tempo dos Fenícios a sua importância no comércio, na economia, na ciência e na cultura, desvendando e resolvendo alguns dos medos, mistérios, inverdades e fascínios associados à presença dos judeus na nossa cidade e na nossa sociedade.

Trata-se de um livro bilingue, internacional e ambicioso no seu universo de distribuição, que é para além disso muito interessante e muito fácil de ler.

O livro tem um Prefácio que enquadra o seu contexto através das palavras do Rabino Daniel Litvak e uma invulgar explicação do seu autor necessária para nos pôr no trilho da génese desta empreitada.

O livro distribui-se por três Capítulos

- Judeus :  Na rota dos Judeus do Porto  / Diáspora Judaica / Sinagoga Portuguesa de Amsterdão / Conclusão

- Capitão Barros Basto

- Sinagoga Kadoorie Mekor Haim

Tem ainda um conjunto de interessantíssimos Anexos

- Glossário termos judaicos ( e expressões do nosso dia a dia )

- Individualidades judaicas ligadas ao Porto

- Mapa Percursos O Porto e os Judeus – que a AMAI irá aproveitar para promover mais Passeios

- Excertos discurso do Presidente Comunidade Israelita do Porto 75ª Aniversário da Sinagoga do Porto

- Bibliografia

O livro na verdade lê-se de uma penada. Explica-nos o que são cristãos novos, o significado da expressão “cripto-judeus”, as diferenças entre judeus sefarditas e aknezi e as grandes pequenas “nuances” associadas ao judeismo , por exemplo as diferenças entre sinagoga e comuna.

Permite-nos descobrir porque D.Diniz utilizava a expressão os meus Judeus, perceber como os diferentes acontecimentos da história foram afetando a comunidade judaica no Porto e em Portugal  e como esta comunidade foi interagindo e influenciando a sociedade portuguesa ao longo dos tempos.

Fazemos uma viagem impressionista que nos permite apreciar o contexto da expulsão dos judeus por Castela, o motivo pelo qual D Manuel I redigiu o Édito de expulsao dos Judeus em 5 de Dezembro de 1496 ( cito esta data porque o nosso aniversário vai comemorar-se em 5 de Dezembro ), o impato da Santo Ofício e dos seus Autos de Fé na comunidade judaica e na cidade do Porto e a influência ( e ressurgimento)  dos Judeus na Primeira República.

Percebemos a importância da palavra escrita para os Judeus e o relevo que o culto religioso da Torah acaba por ter na instrução e no domínio dos diversos aspetos do conhecimento. É este domínio do conhecimento, o gosto pelo dinheiro e  o  controlo de muitos fluxos financeiros que conferem aos Judeus as inúmeras vantagens que ao longo dos séculos em grande parte justificaram a sua influência  e as perseguições a que foram sujeitos.

Viajamos ainda pela diáspora dos Judeus portuguese e do Porto, percebendo como se internacionalizaram (conceito hoje está muito na moda)  e assim espalharam pelo mundo a língua portuguesa, a nossa cultura e a nostalgia pela nossa cidade.

Viajamos por último pelas antigas judiarias e pelos bairros tradicionais do Porto, percebendo a influência que os tempos e a presença dos Judeus nele foi inculcando.

Uma última nota de ligação aos Judeus Médicos que em tempos foram os únicos esculápios da cidade.

Ficamos a saber que tal como nós em cada dois judeus há três opiniões e também temos pena que muito do controlo dos fluxos financeiros e da cultura pós medival que os judeus saídos do Porto e de Portugal  nomeadamente em amsterdão e na Flandres não tenha deixado mais impacto na nossa terra e na nossa cidade.

Uma última palavra para a resistência da AMAI no seu esforço de conciliação de mundos e no estímulo e divulgação das artes e das ideias – nas artes estimulando no toda a atividade humana ligada à expressão de ideias e emoções que partem das nossas percepções do mundo e se manifestam de forma estética ou comunicativa por meio de uma grande variedade de linguagens e suas variadas combinações: na arquitetura, na escultura, na pintura, na música, no cinema e no caso concreto do Cesar Silva e do seu livro através da escrita.

Nas Ideias tentando reproduzir os objetos para os quais a percepção não é sensível, quer pelo «grau da sua intensidade» e pela envolvência da atividade mental e do pensamentio, contribuindo para formar opiniões , facilitar intenções e promover a inovação.

Última palavra faz a ligação entre o César, a AMAI e o Porto.

Os grandes escritores russos criaram a mística da alma russa para descrever a espiritualidade do povo russo, a essência do ser humano, simbólica e  espiritual, aliada a uma personalidade profunda e forte, ligada à sua grandiosidade mas também ao sofrimento, à compaixão, à tragédia e à resignação. 

A alma é essencial para definir a identidade e o comportamento das pessoas e eu diria das Instituições, dos municípios, das regiões e dos países, da sua bondade, da sua disponibilidade em sofrer e lutar pelos outros, de seu desejo de morrer em nome dos seus povos, da humanidade e a sua humildade.

A cidade do Porto é conhecida como Cidade Invicta pela atribuição deste titulo feito pela rainha D Maria  e também como a Capital do Norte.

Tem uma velha ligação socio-económica à Inglaterra e é muitas vezes classificada como tendo o temperamento mais «centro-europeu», onde como já vimos onde se encontram as raízes judaicas mais antigas e consistentes dos portugueses, que através desta herança «marrana» tem presente o espírito de 'nação' judaico e está disponível para o livre jogo do capitalismo e da economia de mercado.

Esperamos que a AMAI e o César possam ajudar a Cidade e manter o epiteto de cidade liberta, despertar naqueles que nos governam a grandiosidade da sua alma e um verdadeiro interesse pela cidade, mantendo viva a essência e o caráter do Porto, que precisa de pessoas e de trabalho, não de paredes decorativas, para manter a sua atractividade no Mundo e assim fazer crescer a sua influência.

Parabéns César. Estre livro vai por certo atravessar fronteiras e ajudar-nos neste nosso desafio.

 

Filipe Basto    

Presidente AMAI                                                                                                                     Porto, sede AMAI em 16 de novembo de 2014                           ________________________________________________________________________________________________________________________

Caros Amigos,

Temos muito gosto em convidá-los a estar presentes na Apresentação do livro NA ROTA DOS JUDEUS NO PORTO, de César Santos Silva, no dia 16 de novembro de 2014 (domingo), às 15h30, na sede da AMAI (Rua do Campo Alegre, Nr. 830, 8º, sala 36). A Apresentação será feita pelo presidente da AMAI.

Esta Apresentação é, mais uma vez, muito especial para nós: porque o autor, César Santos Silva é parceiro e amigo de andanças pelo nosso Porto, porque o tema foi mote para as nossas atividades e vai ser o prólogo da VISITA À SINAGOGA DO PORTO, neste dia, às 17h00. 

Quem não teve a oportunidade de ter estado no lançamento do livro, tem agora a possibilidade de o presenciar, mas na AMAI.
Agradecíamos que nos confirmassem a presença pois a sala tem capacidade limitada.

Serão todos muito bem vindos!

 

escritorio                         

Já depois, partilhamos as fotografias deste dia e deixamos disponível a Apresentação do autor, feita  por Filipe Basto, presidente da AMAI, que tão bem descreve César Santos Silva, a nossa cidade do Porto e o espírito, que todos (o autor, o Porto e a AMAI) comungam.

                                                             

Apresentação do Livro Passeios pelo Porto, Vol. II, de César Santos Silva, por Filipe Basto, Presidente da AMAI, em 21 de dezembro 2013, na sede da AMAI

Apresentar um livro fica mais fácil quando a gente lhe escreve o prefácio mas neste caso o prefácio já está escrito – e bem escrito, com a alma e o sotaque do Porto, sem indiferença e sem meias tintas… – e por isso, enquanto não tenho o meu próprio prefácio por onde pegar, pego no que não é meu, abusando dele e desafiando-os com uma das frases que ao lê-lo mais me inquietou:

“ O Porto é uma rocha escura, céu cinzento, ruas com casas vazias de gente mas repletas de história, e é também um rio que não morre na foz, porque aí renasce altivo e snob, sem sotaque, sem palavrão solto, sem sombra de luta e de raiva no rosto…”

E escolhi este parágrafo porque se tudo isto é verdade, tudo isto é apenas um ponto de partida, circunstancial.

O y G dizia que o historiador é um profeta ao contrário – pessoa capaz de prever acontecimentos do passado – mas é esta profecia que nos ajuda a construir o nosso próprio futuro e é aqui que este livro do César tem o seu lugar.

O Porto tem de encher as suas casas de pedra vazias e renascer, de facto, sempre que cruza a sua Foz: o Porto poliglota, multicultural, aberto ao mundo. Mas cruzar a foz é hoje uma metáfora para partir e chegar ao Aeroporto F.co Sá Carneiro, atracar e soltar amarras no Porto de Leixões, navegar na blogosfera….e no espaço virtual!

O Porto cidade turística e postal ilustrado é hoje uma realidade inquestionável mas o seu impacto e devir só poderão cumprir-se, em termos de oportunidades de desenvolvimento, se a nossa imagem turística ultrapassar o conceito de disneylândia, efémera e autofágica, e o Porto capturar o potencial de sobrevivência às modas, transformando as suas pedras com história e o seu céu cinzento e melancólico numa alavanca de autonomia e prosperidade económica.

O Porto, orgulhosamente provinciano, mas sempre aberto ao Mundo, pode hoje honrar a sua história e preservar o seu carácter transformando-se num porto eclético para a descoberta e disseminação de novas ideias e novos conhecimentos. Este lugar, a que historicamente associamos a diferentes locais em diferentes tempos, está hoje vago e por preencher…

Lembro-lhes que temos para além dos turistas, muita outra jovem a visitar-nos e a permanecer no Porto. Gente de diversas juventudes, de grande qualidade e com grande potencial de influência. Cerca de 3000 alunos internacionais escolhem a UP (cerca de 10% do total alnos inscritos na UP) para estágios e rotações internacionais eletivas.

A Universidade, as escolas, os museus, os empresários, os empreendedores (como hoje está na moda dizer-se), os media e nós, a dita sociedade civil, teremos assim de ser o terreno fértil e sinérgico de acolhimento e transformação. O Porto atlântico e universal não tem que competir com qualquer capital, tem de construir-se e sedimentar o seu papel de lugar único no Mundo.

Lembro-me de cá ter estado há uns anos atrás um catalão empertigado que ao ser considerado Doutor Honoris Causa pela UP condescendia em garantir ao Porto algumas semelhanças com a sua Região. Ficou então surpreendido quando lhe dissemos que para além de todas as semelhanças havia sim uma diferença irredutível entre nós: da Catalunha têm-se vista cruzada para o Mediterrâneo; do Porto alcança-se a grandeza do Atlântico e a universalidade do Mundo!

Hoje, aqui no Porto, há ainda quem acredite que podemos explorar, em benefício de uma melhor forma de viver em conjunto, todas as potencialidades e todas capacidades inerentes ao ser humano, pois sabemos que estas estão claramente subaproveitadas, nomeadamente as intelectuais! (não,  isto não é só uma piada aos tempos que correm…)

“Nenhum homem é uma ilha” dizia o César na página dos agradecimentos iniciais do seu livro. E claro, nesse mesmo contexto, podemos acrescentar que o homem é também a sua circunstância.

Foi esta “circunstância” que nos levou a acreditar na inspiração utópica das proporções ideias e no apreço pelo ideal cultural renascentista, levando-nos à criação da AMAI há 11 anos atrás. E é esta mesma “circunstância” que nos tem levado a esta tão bem sucedida relação com o César Santos Silva, cruzando diversos mundos unidos pelo Porto.

Professor, investigador dedicado, excelente comunicador e um verdadeiro apaixonado pela cidade do Porto o César tem dedicado a sua vida a ser este profeto do passado, um profeta de passado a quem nos queremos ajudar a intervir no futuro.

A publicação de mais um dos seus livros sobre o Porto, o segundo volume dos Passeios pelo Porto, é uma bênção para os que conservam essa curiosidade infantil - no sentido mais puro da palavra - pela cidade, pela sua história e pelas suas estórias e muito mais do que uma bênção para todos os que partilhando do privilégio de calcorrear com ele todos os cantos da cidade, veem neste livro uma oportunidade de guardar no bolso e ter sempre à mão os segredos que a sua investigação sobre a cidade nos vai desvendando.

O livro viaja connosco pela cidade e fala-nos informalmente mas com grande rigor do Porto, e das suas freguesias, seguindo diversos percursos: O centro histórico, o centro tradicional, o porto fluvial, o porto marítimo e o centro oriental aparecem documentados de forma clara, sucinta e com muitas surpresas.

A iconografia e os mapas de apoio suportam uma leitura corrida do livro, que de forma irresistível, mas com indisfarçável agrado, nos prende ao filme da sua leitura.

O carácter do norte está também presente na forma como o César faz questão de incluir as referências bibliográficas essenciais e agradecer a todos aqueles que tornaram possível esta sua obra.

Cada um destes percursos é complementado por algumas informações úteis e inclui um espaço para as notas pessoais de cada um, característica que permite tornar ainda mais pessoal este livro e cumprir a sua função de companhia absolutamente obrigatória nos passeios pelo porto, nomeadamente os percursos pelo Porto com o César, organizados pela AMAI.

 

Falamos há pouco do Douro e do seu renascer a atravessar a Foz.

Hoje ocorre como sabem o solstício de Inverno, o dia da noite mais longa do ano, no qual, apesar das dificuldades que se prenunciam com a chegada do Inverno, tradicionalmente se celebram, por isso mesmo, o renascimento e a esperança de um novo ano que se anuncia pela duração crescente dos dias que se lhe seguem. Hoje é também o dia de aniversário do César, condição que lhe consagra o condão de um duplo renascimento anual e por certo uma garantia de sucesso e longevidade.

Não estamos certos de que esta longevidade lhe garanta a eternidade da sua vida física mas é por certo um excelente elixir para garantir a perpetuidade das suas obras e da sua influência.

Queremos dar-lhe os parabéns pela edição deste II Volume dos Passeios pelo Porto, um livro imprescindível na mesa-de-cabeceira de um verdadeiro homem do Porto, agradecendo-lhe a sua colaboração e expressando-lhe o sentimento de privilégio que sentimos ao tê-lo connosco e por tudo aquilo que vem fazendo pela Cidade.

Nós na AMAI não vamos dar-lhe descanso e posso garantir-lhe que no futuro próximo o vamos envolver em novas e variadas aventuras, sempre com o pressuposto de que, como hoje, possamos juntar-nos com ideias e ideais que nunca morrem.

E para lhe dar uma pequena pista das surpresas que estão para vir aqui vai uma espécie de prenda de anos… e de Natal (filme sobre Passeios a pé pelo Porto, ao longo de 2013)

 

Filipe Basto

Presidente da AMAI                                                                                                                                                                                       Sede da AMAI

                                                                                                                                                                                                                           21 de dezembro 2013

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Caros Amigos


Já o tínhamos adiantado, nos nossos Passeios a Pé pelo Porto, agora formalizamos o convite:

Temos muito gosto em convidá-los a estar presentes na Apresentação do livro PASSEIOS A PÉ PELO PORTO, VOL. II, de César Santos Silva, no dia 21 de dezembro de 2013 (sábado), às 16h00, na sede da AMAI (Rua do Campo Alegre, Nr. 830, 8º, sala 36). A Apresentação será feita pelo presidente da AMAI.

Esta Apresentação é muito especial por várias razões: porque é o livro-mote para os nossos futuros passeios; porque irá ser apresentado no dia do aniversário de César Santos Silva e a AMAI tem um presente-surpresa para o autor…e para todos os que estiverem presentes…

Quem não teve a oportunidade de ter estado no lançamento do livro, tem agora a possibilidade de o presenciar, mas na AMAI.
Agradecíamos que nos confirmassem a presença. Serão todos muito bem vindos!